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Reunido nesta segunda-feira(1), na sede do IPHAN, em Porto Alegre, júri, formado por representantes da UFRGS, IPHAE, MPE, Monumenta e IPHAN, escolheu a Restauração do Casarão nº 8 como representante do Estado na categoria “Bens Imóveis e Paisagens Naturais e Culturais”.

Na comunicação sobre a seleção da restauração entre os representantes do Estado nesta categoria, a superintendente estadual do IPHAN, Ana Meira, parabenizou a UFPel pelo excelente trabalho realizado e manifestou a expectativa pela implantação do Museu do Doce.

DSC09487A comissão do Museu do Doce recebeu a informação, através de uma carta do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), do Ministério da Cultura, que receberá R$ 400 mil para custear a execução do projeto. A notícia foi dada pelo deputado federal Paulo Ferreira, durante Audiência Pública da Câmara de Vereadores de Pelotas, em homenagem ao Dia Nacional do Museu, que ocorreu na manhã desta sexta-feira (17), no Casarão 8 da praça Coronel Pedro Osório, local que sediará o Museu. O antigo prédio histórico, pertencente à UFPel, teve sua restauração terminada neste mês de maio.

A abertura do evento ocorreu com a apresentação do Grupo de Música Beatriz Rosselli, seguido pela apresentação musical do projeto de extensão da UFPel Quilombo das Artes, vinculado ao Programa Vizinhança. Na sequência, o vereador Marcola deu início a Audiência falando sobre a importância da capital do Doce ter um espaço onde possa preservar e resgatar a história da cidade. A pró-reitora de Graduação, Fabiane Tejada, representando o reitor Mauro Del Pino, falou sobre a honra de a Universidade poder sediar o Museu do Doce no Casarão 8. “Muitos alunos irão circular por aqui, ganhando conhecimento e qualificando a sua formação”, disse.

Representando o prefeito Eduardo Leite, a secretária Beatriz Araújo salientou o momento diferenciado que Pelotas irá viver concentrando o Museu do Doce ao lado do Museu da Cidade no entorno da Praça Coronel Pedro Osório. Fizeram uso da palavra também, a vereadora do município de Capão do Leão, Nazi Medeiros, a rainha da Fenadoce, Mônica Fonseca e o deputado Paulo Ferreira, que leu a carta do IBRAM com a notícia da autorização dos recursos, salientando que o Museu será um local no qual as pessoas poderão fazer uma reflexão sobre o que passou e que se tornou a marca de Pelotas, o doce.

A coordenadora do projeto, Nóris Leal, fez uma breve apresentação sobre o projeto ressaltando que a comissão está trabalhando para que os documentos exigidos pelo IBRAM sejam entregues o mais rápido possível para que, até o final do ano, o Casarão 8 seja aberto à comunidade com a exposição de longa duração. O projeto conta com espaço para exposição de longa duração, espaço para exposições de pequena duração, doçaria e espaços dinâmicos para o ensino de todas as artes que giram em torno do fazer do doce, incluindo a fabricação artesanal de pelotinas, toalhas e afins.

Nesta sexta-feira(17), às 10h, será realizada Audiência Pública no Casarão 8, localizado na esquina da rua Barão de Butuy com a praça Coronel Pedro Osório. A pauta está assim constituída:

– Dia Internacional dos Museus;

– Apoio ao Museu do Doce no Casarão 8.A Audiência foi proposta pelo vereador Marcos Ferreira (Marcola) e tem como responsável pela organização a professora Nóris Leal, coordenadora do Curso de Museologia da UFPel.

Entre as autoridades presentes, estará o deputado federal Paulo Ferreira do PT.

Neste sábado (2), às 16h, estarão em visita ao Casarão 8 da praça Coroenel Pedro Osório, onde será implantado o Museu do Doce, o Deputado Federal Paulo Ferreira (PT) e o vereador Marcos Ferreira, do mesmo partido. Conforme a professora Noris Leal, coordenadora do projeto do Museu, em visita ao Instituto Brasileiro de Museus – MINC, os dois parlamentares se empenharam e conseguiram o compromisso do presidente daquele órgão, José do Nascimento Júnior, para o financiamento da primeira fase da implantação da instituição, que é a organização da exposição de longa duração, que chega a um montante de R$ 500 mil reais.

O Museu
O Museu do Doce foi um pedido da comunidade doceira, através da Associação dos Amigos do Museu do Doce, abraçado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), após o tombamento do Casarão 8. Com a compra do prédio, a UFPel também abraçou a iniciativa e passou a trabalhar no projeto, de forma interdisciplinar, reunindo vários cursos que poderão colaborar com a organização do Museu.

Em 2009, uma Comissão da Universidade passou a trabalhar em cima do projeto e em 2011 se uniu a Associação dando ao plano o mesmo referencial do Inventário Nacional de Referências Culturais – Produção de Doces Tradicionais Pelotenses aprovado pelo Iphan para ser inscrito no Livro dos Lugares, do Ministério da Cultura, momento que a tradição pelotense passou a ser patrimônio imaterial brasileiro.

Segundo a professora Nóris Leal, o projeto do Museu é audacioso. “Estamos organizando o Museu de forma que a tradição do doce devolva para Pelotas o lugar de destaque que ela merece”, disse.

De acordo com a coordenadora, além do acervo que será emprestado pela comunidade doceira, o Museu contará com uma cozinha experimental. O local será utilizado para cursos que serão oferecidos para a comunidade. “A ideia é tornar o Museu sustentável, com a venda dos doces que serão produzidos no local”, informou.

Em paralelo à exposição sobre a história e a produção do doce, outra área também terá o seu lugar no Casarão, a produção de artesanato voltado ao doce, para isso, será criado um atelier, com o objetivo de recuperar toda a produção artesanal que envolvia a produção doceira, como as pelotinas artesanais, toalhas e afins.

O ambiente da Claraboia encontrava-se em estado precário de conservação, com alto grau de comprometimento das peças e do sistema estrutura, apresentando rachaduras e fissuras e com risco de desabamento. O projeto levou em consideração um estudo sobre a iluminação zenital do ambiente.

Foi realizado o escoramento de toda a estrutura e a restauração do madeiramento com a substituição das peças comprometidas e estabilização. Após esta etapa, a equipe fez a limpeza, consolidação e restauração da estrutura, a proteção contra insetos xilófagos, a execução de revestimento, a impermeabilização flexível a base acrílica, a execução do forro de estuque com recomposição dos elementos decorativos e, finalmente, a restauração da estrutura metálica com a colocação de vidros e restauração da pintura.

381996_473423526032260_1479062997_nEm ato ocorrido nesta segunda-feira (3), o Casarão 8 foi reinaugurado após a restauração do corpo principal do prédio. O prédio fica no Centro Histórico de Pelotas, na praça Coronel Pedro Osório e sofria sérios problemas de degradação antes de ser adquirido pela UFPel, em 2006. Suas dependências servirão de sede para o Museu de Antropologia e Arqueologia da Universidade e para o Museu do Doce.

IMG_5003A cerimônia teve a presença do reitor Cesar Borges, do vice-reitor Manoel Moraes, do prefeito Fetter Júnior, da arquiteta do IPHAN, Ana Beltrami, do representante do Ministério da Educação, Antônio Simões, do diretor do Instituto de Ciências Humanas (ICH), Sidney Vieira, do presidente da Comissão de Implantação do Museu de Antropologia e Arqueologia, Pedro Sanches e da presidente da Comissão de Implantação do Museu do doce, Nóris Leal.

O primeiro a falar, Pedro Sanches enfatizou a importância do Casarão 8 pela riqueza arqueológica encontrada no local. Segundo Sanches, durante uma escavação realizada no prédio, foram encontrados mais de 5,5 mil artefatos, que retornarão ao Casarão para integrar o acervo do Museu de Antropologia e Arqueologia. “Considero que o Casarão 8 é o principal artefato do Museu”, finalizou. Nóris Leal, falou sobre como será o Museu do Doce que apresentará a tradição doceira de Pelotas que é considerada patrimônio imaterial brasileiro e contará com uma cozinha experimental que será utilizada para cursos de aperfeiçoamento.

Sidney Vieira falou sobre a honra e orgulho de receber um patrimônio histórico e cultural para o desenvolvimento das atividades do ICH. O prefeito Fetter Júnior citou outros patrimônios, como o Mercado Público, Grande Hotel, Trapiche e o Theatro Sete de Abril, que futuramente serão os atrativos da cidade, juntamente com o Casarão 8, para receber o turismo cultural.

IMG_5043 (1)Antônio Simões ressaltou a importância da restauração do prédio que servirá de ligação entre a Universidade e a comunidade pelotense. “Fico emocionado ao ver a história do Brasil sendo preservada e com um objetivo tão nobre” finalizou. O reitor Cesar Borges agradeceu a cada um que tornou possível a compra e a restauração do prédio e finalizou o ato descerrando a placa de inauguração do Casarão 8 juntamente com o mestre de obras, Irajaba Teixeira.

Restauração

O Casarão, que precisou passar por um restauro emergencial em 2009 para conter o processo de degradação que a obra sofria, teve a aprovação do projeto de restauro definitivo pelo IPHAN, em 2010. Desde então toda a estrutura do prédio está sendo recuperada de forma a manter todas as características originais do prédio e adequar as instalações ao novo uso. O projeto de restauração é da arquiteta Simone Neutzling e está sendo executado pela empresa Marsou Engenharia com a responsabilidade técnica da arquiteta Simone Delanoy. A etapa final de restauração inclui pequenos acabamentos, sendo que no início de janeiro o prédio será entregue a comunidade.

A UFPel inaugura, nesta segunda-feira(3), às 10h, o Casarão 8 da praça Coronel Pedro Osório, na esquina da rua Barão de Butuí, que será sede dos Museus do Doce e de Antropologia e Arqueologia, ambos do Instituto de Ciências Humanas(ICH).ca

 

As duas primeiras fotos são de 2009.

A terceira foto é de outubro de 2011 e a última de setembro de 2012.

A cozinha do Casarão 8 é revestida com azulejos de origem francesa, ao contrário do que consta em algumas publicações sobre o prédio que citam os azulejos como sendo portugueses. As peças apresentam uma marca da Fábrica Fourmaintraux Hornoy de Desvres, região polo de fabricação de azulejos na época.

De acordo com o professor de arqueologia, Fabio Vergara, os azulejos foram fabricados entre 1843 e mais ou menos 1872. Na época, a nova técnica utilizada pelos franceses para a produção dos azulejos deixava para trás a técnica portuguesa. “Os azulejos portugueses eram mais porosos e lascavam facilmente ao contrário dos estaníferos fabricados pelos franceses”, disse o professor.